Com estreia oficial marcada para terça-feira (02), o espetáculo 1789 fará apresentação especial para 200 convidados na segunda-feira (1º). A pré-estreia da ópera afro-rock do Teatro Popular de Ilhéus (TPI) será às 20 horas, na Tenda montada na Avenida Soares Lopes. A montagem, que conta a histórica revolta dos escravos do Engenho de Santana, ficará em cartaz ao longo do mês de julho, com sessões nas noites de quarta a sábado.
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Além da harmônica combinação musical entre rock e música afro, dirigida por Elielton Cabeça, 1789 mistura as linguagens do teatro, dança e audiovisual. “A nossa estrutura não traz nada de novo. Apenas queremos contar um fato histórico de maneira diferente, do jeito do Teatro Popular de Ilhéus”, explica Romualdo. O espetáculo conta ainda com membros do Terreiro Matamba Tombenci Neto, remanescente dos escravos do Engenho de Santana. Mãe Hilsa Mukalê, matriarca da comunidade afro-descendente, também faz participação especial na peça.
A história de 1789 começa em uma fábrica de processamento de cacau no ano de 2089. Os trabalhadores lutam para produzir o próprio chocolate, deixando de exportar a matéria-prima. Nas discussões sobre a greve, lembram-se da rebelião dos cativos, que tomaram o Engenho de Santana entre 1789 e 1791. Assim, começam os saltos no tempo e espaço, até o fato histórico marcado por uma carta de reivindicações escrita pelos negros, demonstrando letramento entre os escravos, na época em que o analfabetismo era regra até entre os colonos brancos.
As pesquisas históricas para 1789 foram orientadas pelo professor doutor Marcelo Henrique Dias, além de uma série de debates com especialistas no projeto Improviso, Oxente!, iniciada em 2008 e retomada em novembro de 2012. O espetáculo foi um dos contemplados pelo edital setorial de teatro do Fundo de Cultura da Bahia. A produção é de Pawlo Cidade, através da entidade sociocultural Associação Comunidade Tia Marita.